Casamento por conveniência - Livro

 

"Casamento por conveniência"

Sinopse

Uma atriz iniciante e um empresário da indústria de calçados se encontram para apostar num jogo milionário.

Silvester é um empresário conservador, que arrisca pouco pelo seu negócio, e por isso têm amargado retornos mínimos para a sua empresa. Desanimado após fazer mais uma demissão, Sil enxerga a oportunidade de mudar sua vida ao receber uma carta de falecimento de seu tio distante, e rico!

Mas a empreitada não será tão simples. O tio Maximus era um ortodoxo sem pôr defeito. E deixou em seu testamento que o herdeiro de sua fortuna deveria ser de sangue, e um homem de família. Casado, numa relação sólida. Para cumprir os requisitos de Max, Silvester decidiu embarcar fundo nessa caça ao tesouro, e procurou alguém que cumprisse o papel de uma noiva e perfeita esposa.

Ele acaba conhecendo Beatriz. Atriz iniciante e totalmente quebrada, que depois de muito recusar à proposta, se deparou com uma situação financeira desesperadora. Sem saída, a atriz aceita cumprir o papel.

Mas será que eles serão descobertos? E a criada da casa, será convencida de que o casal realmente se ama?

A linha entre a ficção e a realidade será muito tênue para esses dois.

***

Capítulo I - Quebre a perna!

Estava tudo tranquilo no hostel da Rua Prado. Havia um prédio parecido com uma grande caixa verde, com grandes janelas em vidro enteiriço, também em formato de caixas. Era um edifício de arquitetura simples e moderna, de apenas três andares. O hall de entrada abrigava, além do balcão de recepção, um bar e algumas mesas, que tinham vista para a rua, uma das mais movimentadas da cidade. O balcão do bar tinha bandeiras de vários países, e nas paredes, os recados de hóspedes de várias partes do mundo. Ancorado era uma cidade histórica do sudeste brasileiro, que recebia turistas e universitários, e por isso era uma cidade jovem e pulsante.

Na janela da ponta, no segundo andar, uma jovem com seus 30 anos respirava fundo diante da janela, e retornava ao assento improvisado no seu parapeito. Beatriz apertou bem os olhos e voltou para seus papéis, lendo em voz alta um trecho de "Romeu e Julieta": - Sim, Senhora; mas, não posso deixar de rir pensando que parou de chorar e disse "sim". - ...e disse "sim"; "sim"; "sim". Repetia, Beatriz, em diferentes tons, para decidir qual entonação seria a mais adequada no papel da ama de Julieta.

Beatriz tinha feições finas, uma beleza simples, mas acentuada pelo seu vigor. Com olhos e cabelos castanhos, um corte de cabelo na altura dos ombros, ondulado e repicado. Nariz fino e bochechas definidas, de pele alva mas com marcas de sol, que denunciava alguém com hábitos de caminhada. Magra, mas com contornos de mulher pelos quadris.

(...)

SM

Nunca me deixe partir - Série

 

"Nunca me deixe partir"

Sinopse

A ONG Nativas tem como missão empoderar mulheres nas regiões onde moram. A organização trabalha com atividades educativas sobre o corpo e a alma, planejamento financeiro, culinária, corte e costura. Tem em sua essência a proposta de sustentabilidade. Com uma equipe enxuta, porém, muito alegre, seu espaço conta com pessoas dedicadas, que amam o que fazem, e dão tudo de si pela causa ambiental e feminista.

A 'Nativas' é uma família heterogênea. Dayana, a presidente, está sempre em reuniões importantes, procurando patrocínio e parcerias. Inteligente e atenta a tudo, sabe bem quando há algo errado ou de novo no Instituto que lidera. Fernando lida com a contabilidade, tem por trás dos óculos olhos de águia e pergunta tudo o tempo todo. Gosta de arguir as pessoas e não deixa um gasto passar sem seu controle. Felipe é gerente de projetos. Tem na experiência com gestão e TI uma qualidade traduzida em projetos bem-sucedidos. A equipe que está sob suas ordens tem uma relação muito leve, com uma das salas mais animadas da casa. Ele divide suas impressões com Victor, gestor responsável pela TI e um dos mais atarefados da organização. Victor é uma pessoa séria e dedicada, que faz muitas críticas e comentários. Porém, é um cara de coração grande. Lídia é a pesquisadora da área, geralmente demandada por diferentes projetos. Garota de bom humor, comunicativa e atenta com todos, procura nos intervalos ser animadora e incentivadora da equipe. Monique é amiga de Lídia e responsável pelo marketing. Garota esperta e antenada com o mundo, procura atualizar a turma e tem sempre uma dica para evoluir. Frederico é o gerente de marketing. Vive em pé de guerra com sua equipe para que o trabalho seja realizado com rapidez e a contento. Cobre a cabeça careca com um boné e sempre tem um tom divertido com a galera. Jana também se aproxima de Lídia e Monique, apesar de ser analista de comunicação. Ela e Afonso são muito ligados por virem da mesma empresa, sempre estão conversando e procurando decifrar os rumos da organização. Afonso é do setor de compras. Eduardo é o gerente de RH. Tem um jeito mais sedutor e, por isso, todo cuidado é pouco para não cair na lábia dele. O mais novo empregado é Henry. Ajuda no financeiro e logo fica amigo de Jana. Danilo é analista de TI e gosta de dar em cima das mulheres.

Este livro se trata de um romance com uma pitada de mistério e dilemas profissionais. Também importante para apresentar temas como sustentabilidade, feminismo, homossexualidade e assédio.

Linha do tempo:

Lídia é encarregada de colaborar num projeto de permacultura urbana em condomínios. Ela inicia uma série de reuniões online com Felipe que é o gerente do projeto.

Depois de 6 meses no projeto de permacultura, Lídia precisa viajar para SP, a fim de transferir algumas responsabilidades de outro projeto, e leva seu estagiário Maurício para acompanhá-la.

Em SP, Lídia encontra Felipe e os dois finalmente se conhecem pessoalmente. A visita tinha prazo de 2 semanas para ser concluída, contudo, houve um contratempo e os dois precisaram ficar mais tempo na cidade. Lídia entra em contato com um amigo Padre para que os acolha na escola católica enquanto permanecem em SP. Após 1 mês, Lídia e Maurício retornam para o Rio.

A ONG passa por mudanças administrativas que obrigam a transferência de alguns projetos para SP. Lídia, Monique, Jana e Afonso decidem se mudar juntos e encarar o desafio na nova cidade. Os quatro conseguem alugar casas próximas numa vila em SP.

O escritório de SP ferve com a presença dos novos colaboradores e a presidente faz um coffee-break para inaugurar um novo tempo na ONG Nativas.

Lídia e Felipe passam a fazer reuniões presenciais e se aproximam. Monique se encanta com o romantismo do marido Oswaldo, que a presenteia com um buquê de flores. Afonso percebe reações estranhas das pessoas a sua presença e sente que se trata de preconceito racial. Jana está super empolgada com a vila e pensa em alguma jardinagem para melhorá-la. Lídia monta sua casa em SP e lembra de seu marido. Vilma nota a boa relação entre Lídia e Felipe e desconfia. As cariocas se animam com a cozinha do escritório e fazem o almoço lá mesmo. O pessoal do escritório estranha o uso do fogão. Renatinha, velha conhecida dos cariocas, chega a SP para gerir o setor de compras. Renatinha convida a todos para uma festa em sua casa. Lídia está comprometida com a igreja e recusa o convite. Felipe, Victor, Frederico e Danilo aparecem na festa. As paulistas também chegam na festa, de olho nos rapazes. Luc, o indiano, chega dos EUA para acompanhar as negociações dos projetos. Valeska chega do Rio para apoiar o setor de compras. Ela passa a se interessar por Felipe e estranha a amizade dele com Lídia.

Relacionamentos:

Lídia (viúva) e Felipe

Monique e marido e filha

Jana e Henry

Afonso e esposa e filha

Renatinha e marido e filho

Felipe (separado) e filho

Personagens:

Dayana - presidente da ONG Nativas

Fernando - analista de contabilidade

Felipe - analista de projetos

Victor - gerente de TI

Danilo - analista de TI

Lídia – pesquisadora acadêmica

Jana - analista de comunicação

Monique - analista de comunicação

Afonso - analista de compras

Henry - analista do financeiro

Frederico - gerente de marketing

Eduardo - gerente de RH

Yuri - chefe do Rio

Caio - chefe de São Paulo

Vinícius - pesquisador do Rio

Joana - design do Rio

Vilma e Beth - Responsáveis pelos Serviços Gerais SP

Francisco - setor de treinamento

Músicas da história:

Never let me go

Chandelier

SM

Roteiro do filme "O Poderoso Chefão – Parte IV - Victoria’s redemption"

 

"O Poderoso Chefão – Parte IV"

Victoria’s redemption

Sinopse

Victoria Corleone, neta de Michael e Kay, se vê numa situação intrincada. Para defender sua família, precisou atirar num dos maiores mafiosos de Nova York. Apesar de sua opção pela vocação religiosa, ela abdicará de sua fé para cuidar dos negócios da família, substituindo Dom Vincent.

***

Capítulo I – A festa

(Música inicial da trilha sonora) XXX está na sala de Dom Vincent, lhe pedindo um favor.

No quarto de Kay, Victoria chega do Convento para cumprimentá-la. Bruno chega do Seminário e as encontra. Os dois se entreolham.

À noite, as crianças chamam os primos mais velhos para brincar de pique-esconde. Bruno, Vick e XXX (uma menina) se escondem atrás de uma muralha de arbustos. A menina inventa de subir o muro da casa e deixa os dois a sós. Eles relembram do amor que sempre nutriram um pelo outro, se aproximam e se beijam (Love me tender-Elvis Presley).

Na manhã seguinte, Vick encontra Connie, que confidencia uma batalha judicial armada pelo inimigo mafioso XXX contra sua família, mostrando seu desejo de vingança. Vick nota o grande ódio e rancor que existe entre seus parentes e resolve voltar para o convento, desencontrando de Bruno. Kay fica feliz de ver a neta no caminho da igreja.

Capítulo II – O mafioso

Meses depois, a saúde de Kay está debilitada e ela chama Victoria para passar uns dias em sua casa, temendo por sua morte. Victoria passa alguns dias na casa de sua avó. No meio da noite, ao acordar para ir ao banheiro, Vick ouve um grito forte e corre ao encontro. Escondida, ela vê o inimigo mafioso XXX apontando uma arma na cabeça de sua avó. Nervosa, ela vai no quarto da avó e pega uma arma escondida no armário. Volta na sala e, sem habilidade alguma, aponta a arma contra o mafioso. Ele ameaça chegar perto dela, e Vick atira, acertando o lustre do teto. O mafioso se aproxima de Vick e ela dá o segundo tiro com firmeza na cabeça, matando o criminoso. Kay a abraça e todos da casa ficando assustados, mas ao mesmo tempo felizes com a coragem de Vick.

Capítulo III – A proposta

Logo a notícia se espalha. Victoria é conhecida como uma nova mafiosa, valente como seu avô Michael. Ela mesma sofre com o ocorrido, tem pesadelos e se culpa pela morte do mafioso. Até que Vincent lhe faz uma visita. Ele a lembra que ela é uma Corleone, tem o sangue de Vito e Michael, igualmente capaz de ser parte dos negócios. Ele lhe convida para participar de uma difícil negociação com membros da empresa XXX. Vick aceita o convite de Vincent. (aos poucos Vick vai mudando de aparência, postura e voz) Está de cabelos presos, terno por cima de um vestido, uma flor na lapela, séria e fala mansa, com um trejeito de passar a mão pelo pescoço e mexê-lo para os lados como se o alongasse, braços cruzados ou com a mão na boca.

Vick é bem-sucedida na negociação e Vincent enxerga seu potencial para substituí-la como a nova Dom. Os demais capangas já têm respeito por Vick pelo acontecido na casa de Kay, e como Vincent viaja a negócios, eles passam a tratá-la como Madonna, beijando a sua mão e a consultando para resolver problemas familiares.

Capítulo IV – Uma proposta irrecusável

Na presença de seus capangas, Victoria Corleone está caminhando ao encontro de uma conversa (para uma proposta irrecusável) quando encontra Bruno. Ele a questiona pelo que aconteceu e estranha seu jeito de agir. Ela se mostra seca com ele e lhe diz que seu futuro está em tratar dos negócios da família. Ele sai desolado.

Vick conversa com outro inimigo XXX e lhe pede que retorne para a cidade de origem, a fim de evitar mais conflitos com uma família amiga dos Corleone. A pessoa XXX se recusa. Vick quer saber a maior estima da pessoa XXX e os capangas descobrem que é seu cachorro, vencedor de concursos de beleza canina. Vick manda matar o cachorro. A pessoa XXX assustada, volta para a cidade de origem. A notícia novamente se espalha e Vick ganha força como a nova Dom.

Bruno está inconformado e faz contato com o pai de Vick, Antony, que está em turnê na Ásia como cantor de ópera. Antony, desesperado e sem saída, liga para Vincent e pede que ele impeça Vick de assumir os negócios. Vincent se recusa, dizendo que ela tem vocação para Dom. Finalmente, Antony fala com sua mãe Kay, que chama Vick para uma conversa.

Capítulo V – O remorço

Kay mostra à Vick todas as maldades realizadas pelo seu avô e como a fé o tirou do posto de Dom, com a ajuda do bispo. Vick chora e relembra a morte do mafioso. Kay a explica que aquele episódio foi em legítima defesa, que não foi Vincent que retirou as acusações através de corrupção, mas ela foi absolvida legalmente.

Vick, ainda como Madonna, vai atrás do bispo local e consegue chegar ao governador. Em acordo, ela consegue limpar o nome da família Corleone e tirar os processos contra Vincent. Em encontro com Vincent, ela expõem essas soluções e lhe propõem que dissolva a máfia dos Corleone, sendo livre para viver sua vida em paz. Vincent lembra de Mary e chora, pensando na possibilidade.

Connie encontra Vick e não se conforma com o fim da Máfia. Vick a confronta, dizendo que ela sempre quis o posto de dom, mas sendo de uma família patriarcal e machista, jamais teve a oportunidade.

Capítulo VI – O desfecho

Vincent agradece aos capangas pelos anos de lealdade, deixa um valor para que refaçam suas vidas e vai embora para a Califórnia.

Vick vai ao encontro de Bruno no Seminário. Às escondidas, Vick vai ao quarto de Bruno na madrugada (já de cabelos soltos, sorriso no rosto e a flor da lapela jogada no lixo). Vick propõem que eles fujam para a Sicília, Bruno não acredita, fica em dúvida, mas por fim se declara a sua amada. Os amigos de quarto ajudam Bruno e Vick a chegar ao reitor e eles se casam na mesma noite. Vick e Bruno passeiam na Sicília, para uma Eurotrip, e vivem felizes para sempre.

SM

Reencontro - Da série "Fim dos tempos"

Jamais poderia imaginar, com tantos desafios numa terra estrangeira, reencontrar um amor do passado. Estávamos migrando para o sul quando avistamos outros refugiados vindos do oeste e seguindo para a mesma direção. Nossa esperança era encontrar alguma comunidade organizada, alimentos, segurança, comunicação, esperança de encontrar amigos e parentes. Tudo parecia perdido, mas com uma gota de esperança, como sempre.

Fiquei com um pequeno grupo do Nordeste, os recifenses. Eram simples e fortes, acolhedores, falantes. Adotaram-me logo como “Vaqueta”, não sei até hoje o porquê (vaqueta de espingarda= mulher alta e magra). Ajudei a cuidar das crianças e aprendi a fazer alguma comida com o que conseguíamos encontrar no caminho ou o que carregamos desde lá de cima. Caminhamos por muitos dias, por entre florestas e planícies, sonhando com dias melhores, tendo pesadelos com possíveis fracassos e sofrimentos.

(…)

Apesar de estar disfarçada, pude avistar muito bem os dois que estavam à minha frente, sentados na roda junto à lareira. Danilo. Um pouco fora de forma, com o semblante preocupado, mas era ele, com certeza era ele. Reconheci o filho ao seu lado. Devia ter uns 7 anos, cabelos lisos pretos, mais agitado e observando as pessoas, enquanto que o pai o vigiava e lhe dava instruções. Em mim houve um misto de sentimentos: surpresa, alegria, nervoso, medo, mas ao fim, um alívio por estar por trás daquela máscara. Pude observá-los por algum tempo sem ser percebida. Aliás, me lembro bem de algum tempo atrás ter buscado por ele nas redes sociais. Encontrei fotos recentes de sua família, que até então era desconhecida pra mim. Vi que tinha se casado com uma moça chamada Júlia, e tiveram um filho, Bento. Lembro que vibrava cada vez que descobria algo de uma pessoa do passado, e aquelas fotos da família de Danilo eram, sem dúvida, uma descoberta digna de espiões.

SM

Bela flor

Bela flor delicada
que treme a cada brisa que a toca,
que encolhe em suas folhas a cada uivo nas sombras.
Orvalho inteiro derrete em lágrimas.

Sofre tanto bela flor,
quando desabrochas?
quando solta teu grito
de alívio e de dor?
quando desmancha
suave, solta as pétalas, dança, sorri.

Refresca-se no leito do riacho.

Se afoga de amor.

Entrega-se formosa, com cor vibrante

ao destino que traçou,

ao confortável leito da grama

para respirar.

Linda, serena, forte

suspira de alívio.

Vitória!

Vence, ela mesma

tão cheia de si

tão confiante e alegre

tão leve e feliz.

SM

Gosto

Gosto de sentir a vida
A brisa, o sol, o respiro profundo
Gosto da sonoridade das músicas, de dançar
O movimento do corpo sem amarras e coreografias
Apenas movimento vivo
Viver, vida, viva

Gosto de sentir o gosto das coisas
Provar sabores diferentes, delícias reveladas na boca
Pratos simples, elaborados
Frutas, proteínas, legumes
Industrializados, doces, salgados
Paladar e olfato, olfato e paladar

Gosto de sentir o gosto do beijo
Sinto nos lábios os seus lábios
beijo recheado, beijo macio, beijo delicado
Beijo ardente e faminto, línguas que se acariciam
Beijo molhado

Gosto de sentir a liberdade
De caminhar firme, como quem vai à escola
Com os cabelos esvoaçados, livre
Pôr as mãos nos bolsos, despojada
Observar a vida passando e a arte das modas
A arte criada, pintura, escultura, arquitetura, o urbano também

Gosto de ouvir o som da sua voz
Vozes que me encantam
Chegam antes da imagem, da aparência
São vozes roucas e peculiares, doces e afinadas, lindas
Me apaixono pela voz antes mesmo do alguém
A voz, o jeito que você fala, vida

Gosto de sentir como você me olha
Como me observa na rua
Eu, vaidosa, me coloco num salto
e passo firme como em uma passarela
Às vezes, em passos acelerados
que denotam um jeito despreocupado com os olhares que me olham
Mas sinto, sei que sou observada
E mesmo não sendo, imagino que sim
E continuo meu caminho, sendo livre
Livre para o amor.

SM

“Um Brasil sem futuro” - Crítica

Crítica ao artigo do Pedro Doria – O Globo – enviado para mim em 23/07/2021

Artigo relata a falta de percepção dos candidatos às eleições 2022 sobre a atualidade.

Infelizmente não encontrei o artigo na íntegra para colocá-lo aqui. Mas talvez lendo minha crítica, você caro leitor (a) poderá ter uma ideia do que se trata.

Lendo o texto de Doria, tive realmente a impressão de que os candidatos para as eleições de 2022 não têm percepção da atualidade.

A questão das mudanças climáticas, por exemplo, é muito séria e necessita de uma mudança de paradigma sobre o sistema capitalista que vivemos. Uma mudança na produção e consumo de bens e serviços, inclusive da maneira que medimos o “progresso” de uma nação. Tem-se criticado muito o PIB como principal medida de riqueza de um país, pois não é isso que define bem-estar, mas a dignidade do ser humano que envolve saneamento básico, disponibilidade hídrica, conforto climático, alimentação para todos etc. E o PIB mede simplesmente crescimento econômico nos padrões de produção e consumo que temos hoje. Na verdade, o que se prega entre os pesquisadores de meio ambiente é exatamente o decrescimento. E até mesmo essa palavra tem que ser repensada porque ela assusta a muitos.

Estava conversando em casa com meu marido e ele explicava que o avanço da tecnologia tem alterado as relações de trabalho, estamos precisando nos reinventar para esse mundo digital e globalizado que já é uma realidade. Um professor que estou ajudando na tutoria comentou com seus alunos sobre a importância do inglês, de entender algo de linguagem de programação, e de buscar ‘global skills’, ou seja, habilidades que podem ser úteis em todo o mundo.

Ao mesmo tempo, entendo que a valorização das comunidades tradicionais e indígenas seriam importantes formas de conservação da biodiversidade, pois estes são protetores da floresta e também têm a sabedoria da forma de viver que ensina muito para todos nós.

Entendo que precisamos de mentes que pensem fora da caixa, que compreendam uma forma de lidar com a economia que seja mais próxima da sustentabilidade. Educação de qualidade, tecnologia, mitigação e adaptação às mudanças climáticas. E além disso, um Estado forte que implemente boas políticas públicas e que tenha condições de regular o mercado. Desta forma, haverá um freio nessa ‘farra do boi’ de oportunistas tanto no mercado financeiro quanto em outras áreas, que ‘brinca’ com a economia das pessoas e acentua as desigualdades sociais.

Agora, esse final do artigo, é que tenho minhas ressalvas. Projeto verde não deve ser só para a Amazônia e só para a área rural, e importar cérebros pode ser uma percepção equivocada, muito comum das pessoas de direita (tenho percebido lá no Instituto de Economia da UFRJ, por exemplo). A percepção de que as pessoas não são capazes, que elas não podem aprender nada, ou que não têm nenhuma instrução. Isso não é verdade. Podem até ter formação fraca, mas não são nem um pouco incapazes de acompanhar projetos, com criatividade para inovar inclusive. Esse ‘nascer pronto’ que se prega é surreal. Penso que a falta de oportunidade para o desafio é que acaba afastando os jovens, e não o contrário.

SM