Crítica ao artigo do Pedro Doria – O Globo – enviado para mim em 23/07/2021
Artigo relata a falta de percepção dos candidatos às eleições 2022 sobre a atualidade.
Infelizmente não encontrei o artigo na íntegra para colocá-lo aqui. Mas talvez lendo minha crítica, você caro leitor (a) poderá ter uma ideia do que se trata.
Lendo o texto de Doria, tive realmente a impressão de que os candidatos para as eleições de 2022 não têm percepção da atualidade.
A questão das mudanças climáticas, por exemplo, é muito séria e necessita de uma mudança de paradigma sobre o sistema capitalista que vivemos. Uma mudança na produção e consumo de bens e serviços, inclusive da maneira que medimos o “progresso” de uma nação. Tem-se criticado muito o PIB como principal medida de riqueza de um país, pois não é isso que define bem-estar, mas a dignidade do ser humano que envolve saneamento básico, disponibilidade hídrica, conforto climático, alimentação para todos etc. E o PIB mede simplesmente crescimento econômico nos padrões de produção e consumo que temos hoje. Na verdade, o que se prega entre os pesquisadores de meio ambiente é exatamente o decrescimento. E até mesmo essa palavra tem que ser repensada porque ela assusta a muitos.
Estava conversando em casa com meu marido e ele explicava que o avanço da tecnologia tem alterado as relações de trabalho, estamos precisando nos reinventar para esse mundo digital e globalizado que já é uma realidade. Um professor que estou ajudando na tutoria comentou com seus alunos sobre a importância do inglês, de entender algo de linguagem de programação, e de buscar ‘global skills’, ou seja, habilidades que podem ser úteis em todo o mundo.
Ao mesmo tempo, entendo que a valorização das comunidades tradicionais e indígenas seriam importantes formas de conservação da biodiversidade, pois estes são protetores da floresta e também têm a sabedoria da forma de viver que ensina muito para todos nós.
Entendo que precisamos de mentes que pensem fora da caixa, que compreendam uma forma de lidar com a economia que seja mais próxima da sustentabilidade. Educação de qualidade, tecnologia, mitigação e adaptação às mudanças climáticas. E além disso, um Estado forte que implemente boas políticas públicas e que tenha condições de regular o mercado. Desta forma, haverá um freio nessa ‘farra do boi’ de oportunistas tanto no mercado financeiro quanto em outras áreas, que ‘brinca’ com a economia das pessoas e acentua as desigualdades sociais.
Agora, esse final do artigo, é que tenho minhas ressalvas. Projeto verde não deve ser só para a Amazônia e só para a área rural, e importar cérebros pode ser uma percepção equivocada, muito comum das pessoas de direita (tenho percebido lá no Instituto de Economia da UFRJ, por exemplo). A percepção de que as pessoas não são capazes, que elas não podem aprender nada, ou que não têm nenhuma instrução. Isso não é verdade. Podem até ter formação fraca, mas não são nem um pouco incapazes de acompanhar projetos, com criatividade para inovar inclusive. Esse ‘nascer pronto’ que se prega é surreal. Penso que a falta de oportunidade para o desafio é que acaba afastando os jovens, e não o contrário.
SM
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